Malária na Malásia

Nem imaginam o que um febrão dos antigos pode fazer pela Evolução! Se acham que já ouviram tudo sobre esta temática, então não apareçam no dia 18, na sala 38, pelas 14:30. É que nesse dia e a essa hora, com a ajuda do biólogo e investigador Luis Vicente, da FCUL, vamos perceber como é possível "ficar-se famoso... por não ser famoso" e ao mesmo tempo "obrigar" à publicação de um dos mais notáveis e polémico livros de sempre.

Ternate é uma das Ilhas Molucas ali na Indonésia Oriental, não muito longe da Malásia.
Um dia de Fevereiro de 1858, ninguém sabe qual, um jovem oriundo do País de Gales, traficante de animais selvagens que andava para aqueles lados a fazer pela vida, teve um ataque de malária, daqueles bem fortes, acompanhados de um imenso febrão.
O delírio febril deu-lhe para se pôr a escrever um texto ao qual deu um obscuro título: "On the Tendency of Varieties to Depart Indefinitely From the Original Type” (sobre a tendência das variedades se afastarem indefinitivamente do tipo original).
Passada a febre, releu o texto, bateu com a cabeça na parede e, talvez inseguro por o ter escrito naquele estado doentio, resolveu enviá-lo ao seu ídolo, um conceituado aristocrata inglês bem cotado nos meios científicos. Pedia-lhe que o lesse e perguntava-lhe se aquilo fazia algum sentido ou não passaria de uma fantasia delirante.
Bom, também ninguém sabe em que dia o enviou, como ninguém sabe o dia em que o outro o recebeu.
E talvez comece assim a uma história de enganos, desenganos, mal entendidos e conspirações.
A história poderá chamar-se “O Código de Ternate”... uma história alucinante de mistério e imaginação.
O jovem traficante acabou por ficar famoso... e ficou famoso exactamente por não ter ficado famoso!
Isto é o segundo volume do romance: “O Paradoxo do Traficante”.

Luís Vicente, biólogo, coscuvilheiro e professor da Universidade de Lisboa